Plural é o caminho das pedras onde corre o vento e bate o sol
sexta-feira, 29 de junho de 2007
quinta-feira, 28 de junho de 2007
Engordando a im paciência
Perceberás que não precisam de tanta gente para fazer essa máquina andar
Os velhos nos asilos
Os loucos internados
Os subversivos presos,
E o pior...
As crianças idiotizadas estão na fila de espera.
Comendo loucura
Engordando a impaciência
2004
sanfona
Me apego mais pelas coisas simples.
Elas me entrelaçam, me complicam, me dão um nó
Com elas me vejo cheio de dilemas.
Meu impulso quer mais impulso...
O passado me vem à alma como ferida eterna. Incurável. Irreversível
Que peso ganha o presente! Que responsabilidade ganha cada gesto!
Um toque de sanfona
Melodia mole, machucada.
Cada vez menos pura
Resistente, batizada.
É a estrada que não conheço
Como fumaça, com fumaça, num ritmo que incomoda
Fuxica, vasculha, invade, bagunça...
Maré trágica
Esperando a hora
De transbordar
De secar
De maltratar
De agradecer
A estrada
2004
passagem desbotada
Conversa com calma... palavra
Transforma
nenhuma razão, nenhum capítulo...
Minutos... monstros, sangue, olhar, defesa,
Procuro, procuro... no fundo,
na real...
Mas eu não mudo...
2005
sempre no linear__
Traga-me tudo aquilo que temo acontecer comigo...
Traga respostas inconcebíveis
Invada-me, sufoca-me, grita-me, larga-me.
Está ou não está... paralisia... assovio...
Um acordar, um grito, inquietação
Toda inteira
Contato, cheiro, imensidão...
Despedida diária do cais, sem pressa...
Meu destino à deriva.
Não quero atrapalhar as manias da vida
As coisas fluem sem parar
Meu corpo existe no instante
de acompanhar o vento querer parar
Esteve,
Estará...
sempre no linear__2004
culpa em festa
Uma consciência culpada é o terreno mais fértil
para uma hortaliça de pragas
Comandada pelos
Senhores
Poderosos
que dominam...
vontades travestidas em lei, moral, ciência, religião, filosofia...
05/2004
refúgio?
O mais seguro porém mais perigoso refúgio...
Dentro dali. Onde a beleza, de mãos dadas com as juras
Contagiam noites e noites de samba
Batismo. Quem teve sabe. Quem fez se fez.
Alguém deixou morrer sem ao menos tentar
Não tem noção do alcance...
2006
Não é mais por palavras
As palavras acabaram.
Fim.
Esgotamento...
Não é que eu não tenha mais o que falar,
O que dizer,
O que fazer...
A questão é como fazer
Mostrar...
Não é mais por palavras
sem unidade
Ela me mostra a realidade mais dura
Da forma que alguma pessoa possa
se relacionar com outra ou
com qualquer força que exista fora de nós.
Com qualquer matéria que se transforma em obra de arte
Em construções simples.
E, naturalmente porque tens o dom de iludir
Temos o dom do querer. Temos a oportunidade de escolher...
Sonhar ou obedecer?
Não aceito uma distância premeditada
que se convence pela dificuldade de escolher um caminho
Não se preocupa mais com as forças desviantes
Que existirão eternamente. Dificuldades estas
Que se manifestam e nos alertam que em qualquer caminho
- incluindo a negação de qualquer um dos caminhos -
A estrada terá obstáculos
A alma passará por testes de sobrevivência
E aprenderemos a dizer sim ao que vem
Janeiro 2007
tempo de-feito
Às vezes me parece que estou perdendo tempo, às vezes me parece que pelo contrário. Não há modo mais perfeito, embora inquieto, de usar o tempo.
O de esperar o tempo passar... você sabe rezar?
março 06
fracas aventuras
o oco que é tudo o que não poderei jamais
É muito difícil explicar se explicando
Muito complicado passar pelo rolo compressor da boa vontade
De falar e ouvir
Ir e vir
Morte. Impulso primitivo. Estilhaço
Caco de vidro. Mundo vazio. Alma vazia
Um meio de obter é não procurar
Um meio de ter é o de não pedir
Somente acreditar que
No silêncio eu me jogo. A ausência que eu crio
São respostas do mistério. são a minha sombra...
De onde vem este sentido que se expressa como falta de sentido?
Ultrapassa palavras, frases...
Etapas, fases...
Me fascina, me angustia, me toma, me doma
Fico pra fora do mundo
Sinto-me tão aprofundado em mim mesmo que só posso esperar
Que minha dissolução será o alimento necessário
Para o florescer, brotar, vingar...
Cansei de fracas aventuras,
duras certezas opacas...
2006
bicho
Quero ver no homem a aparência sem fronteiras.
A dissolução de rígidas relações entre
Imagem e ser.
O lagarto que vive entre pedras acorda e dorme enxergando aquela mesma cena cinza e cristalizada. Seca..., que absorve esse ar.
Assim deve acontecer com o homem. Reflexão no corpo.
Marcas de suas perspectivas internas. Seus sonhos e sentimentos alcançando curta, porém longínqua camada exterior da pele.
Quebrar as barreiras do racionalismo que domina todas nossas forças e bloqueia nossas saídas..., opressores tentáculos do bicho que só engorda...
O homem filho do nosso tempo e espaço deverá ser total. Natureza, pó, urbano, cigano.
Bicho, queda de sonhos, programado, caminhos...
2003
quarta-feira, 27 de junho de 2007
plinplinplin
Qual a mágica da magia?
Porque ela não é apenas uma consciência plena...
Aquela que não se confunde com alienação??
2004
domina
Sentimento ruim...
Sentir vergonha da espécie
Não querer fazer parte dessa humanidade que avança
Como o Tietê em dias de enxurrada.
Humanos dominadores, dominados
Controladores, controlados...
Sempre divisão...
Sempre distância...
Sempre dificuldade de fugir
Sociedade da produção. Sociedade da morte.
Sorte. Alçapão.
Numeraram tudo. Dominaram, controlaram
Esqueceram dos sentimentos...
2002
só uma coisa...
Como estou confuso...
Na verdade só quero saber
Até quando acreditaremos na lacuna?
Na linha divisória entre as palavras e as experiências???
23/08/06
o medo faz esquecer
O que nos enfraquece tanto?
O medo do vazio...
a erosão lenta que revela resultados para outras gerações...
A brisa que parece inexistente pela sua sutileza.
O suspiro que já passou... que não é angústia nem alívio.
O que nos torna covardes com nós mesmos?
Porque traímos a vida?
Porque procuramos objetividade? Porque queremos a substância...
Acreditamos que lá existe a verdade ou fingimos acreditar
Para continuar perdendo o tempo de viver
Com medo de morrer
Esquecendo de ser...
fadados
Falar só o rigorosamente necessário. E cuidado para não se queimar.
O homem que vive irresponsável se torna ser responsável.
A vida passa e as coisas mudam
As coisas passam e o homem não muda...
A lei nasceu para mostrar ou esconder a verdade?
A verdade não se tem, pois não experimentamos ainda o poder da vida...
Estamos fadados a feder
A morrer sem reclamar
A lutar sem porque!
abril de 2004
aos meus caminhos
Fundo do poço – fim do caminho?
Luz cinza de uma manhã escura.
Pedra gelada – corte no pé?
Promessa de vida...
Intuição imbuída de coloridos brotos
Eu creio em Deus
Eu cobiço sim... acerto sozinho e agradeço
Aos
Meus caminhos...__
como é que é?
Que caminho é esse?
Pra onde estou sendo levado?
O que faço comigo?
Pra onde me levas?
As incertezas me mostram
que a dor me conduz
que a dor é o motor
e que
o que busco é luz.
Em momentos tão obscuros
Onde a falta de vontade de viver se expressa na veia morta me convencendo
A querer
Estourá-la somente com o pensamento ruim.
Vidro que esculpe cicatrizes em minhas mãos
fervendo sedentas por mais transgressão.
Como invejo os conformados
Como queria não ter certeza das pedras e barreiras no meu caminho.
Me sinto obrigado a assistir pelo menos as realidades que um dia podem ser minhas... ... todas que posso alcançar...
Saber o que sou, o que quero e para que e para quem sirvo.
Me iludir, me estrepar,
...
E esse momento é o mestre da minha coragem. Padrinho da minha fé.!
Assim aprendo a desmerecer e voltar sem peso ao plano onde não existe plano,tempo,linha... inicio ou fim são invenções para o controle da direção da história.
x/x/2002; ....... 08/12/2006
foi começando bem mas tudo tem um fim
Quero sufocar esta ferida com o meu sujo e salgado dedo.
Dor que se espalha corpo adentro .Arder, ardor... perecer louvando o amor.
Sem explodir quero esquecer tudo aquilo que tenho lembrado.
Lembrar o que tenho esquecido. Dominar o que me foge.
Apagar, me esconder. Quero sugar no me perder.
Gritar à vida pelos cantos. Silêncio...
Buscar de uma forma mais simples o mais complicado caminho.
Embelezar a beleza, cavar ainda mais um buraco.
E ver que. O robusto, o calmo, o vento, a direção, o amanhã, o saber... são pedras no meu sapato. 1/09/2003
sujas almas nas ruas...
imundo ar...
não dá no jornal, mas isso tudo te faz
Confinar nas grades do teu próprio lar.
preso comum nesse fatal ritmo que não pára.
Ela olha, a rua
a rua desfila, nua
jogo puramente real
ela se inspira apenas até onde alcança
realidade mais líquida
escapa...
o que se alcança escapou
sempre...
o vazio se não alcançar
o de tentar é um, atentar é outro
são outros, não alcançam
não são extraídos.
ninguém quer quem não alcança.
ninguém tira de quem não quer
quem não alcança não balança
quem não alcança não sofre ameaça
prazer nos sonhos da viola...